MaranhãoPolítica

Othelino Neto e a independência do Poder Legislativo

O deputado Othelino Neto, que deve ser reconduzido à Presidência da Assembleia Legislativa no próximo dia 1 de fevereiro.

Uma compreensão apressada do Poder Legislativo ensinará que a ele é atribuída a função de legislar, ou seja, a elaboração de leis que regulam o Estado, a conduta do cidadão e das organizações públicas e privadas. E somente essa função já explica porque é imprescindível que o Legislativo seja independente. Também o Poder Legislativo exerce funções inerentes ao Judiciário como quando, por exemplo, processa e julga o Chefe do Poder Executivo ou seus representantes em crimes de responsabilidade.

Essa independência é imprescindível em qualquer tempo, porque representantes eleitos em uma democracia, sejam membros de um parlamento ou Congresso, estão ali para servir ao povo e realizam uma série de funções essenciais para uma democracia saudável. Não podem, nem devem os parlamentos funcionarem apenas para aprovar decisões oriundas do Executivo.

Deputado Othelino Neto, que deve ser reconduzido à Presidência da Assembleia Legislativa no próximo dia 1 de fevereiro.

O deputado Othelino Neto, que deve ser reconduzido à Presidência da Assembleia Legislativa no próximo dia 1 de fevereiro, está prometendo um Poder Legislativo independente ao povo maranhense, entendendo-se que os legisladores têm poder de supervisão e investigação que lhes garantem questionar publicamente funcionários do governo sobre suas ações e decisões, especialmente no regime presidencialista. Essa função, entretanto, deve ser exercida sob a ótica da ética de tolerância, respeito a compromissos com a sociedade, de forma a não alimentar apetites meramente eleitoreiros.

O filósofo Aristóteles foi o primeiro a defender que o Poder deve ser exercido por três órgãos autônomos entre si, no caso o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Como tanto o Chefe do Executivo no Maranhão, o governador Flávio Dino, quanto o chefe do Legislativo, o deputado Othelino Neto, atendem a uma orientação socialista, cabem aqui algumas citações de Marat Baglai, professor e pró-reitor da Escola Superior do Conselho Central da então União Sindical da União Soviética durante a XIX Conferência do Partido Comunista. Ele lembrou que as estruturas feudais atribuíam ao monarca os poderes legislativo executivo e judiciário. Mas com o tempo compreendeu-se a necessidade de que o estado de Direito limitasse a arbitrariedade do Estado e subordinasse seu funcionamento à lei, visando defender os direitos humanos e a supremacia da liberdade.

Em suma, também no regime socialista precisamos de instituições constitucionais que contenham garantias democráticas. Se não devemos garantir a supremacia do parlamento, é inevitável garantir sua independência. É isso ou deixamos de coexistir sob o império da lei.

Via- JM Cunha Santos

comentários

comentários

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios