Incêndio de grandes proporções destrói o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista
Ainda não há informações sobre as causas do fogo, que começou após o fechamento do museu a visitantes; ninguém se feriu, diz museu. Instituição criada por Dom João VI tem 200 anos de história.

Um incêndio de grandes proporções destrói o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio. O fogo começou por volta das 19h30 deste domingo (2) e até a última atualização desta reportagem seguia destruindo as instalações da instituição que completou 200 anos em 2018 e já foi residência de um rei e dois imperadores.
Segundo a assessoria de imprensa do museu, não há feridos. Quatro vigilantes estavam no local, mas conseguiram sair a tempo. As causas do fogo, que começou após o fechamento para a visitantes, ainda serão investigadas.
A Polícia Civil irá abrir inquérito e deve repassar o caso para que seja conduzido pela Delegacia de Repressão à Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não.
Testemunhas contaram que houve dificuldade por parte do Corpo de Bombeiros para puxar água para o combate ao fogo. A informação também será investigada.
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Foto mostra a tentativa de conter o incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro (Foto: Reuters/Ricardo Moraes)
Pesquisadores e funcionários do Museu Nacional se reuniram com o Corpo de Bombeiros para tentar auxiliar no combate das chamas. O objetivo orientar o trabalho dos bombeiros numa tentativa de impedir que o fogo chegasse em uma parte do museu que contém produtos químicos. Alguns deles são inflamáveis e usados na conservação de animais raros.
Bombeiros precisaram pedir um caminhão pipa para auxiliar no combate ao incêndio. Uma escada magirus atuou na tentativa de debelar o incêndio. Há informações de que os bombeiros estão com dificuldade de encontrar água. O Corpo de Bombeiros não confirmou, até o momento, essa informação.
Calcula-se que o acervo tenha cerca de 20 milhões de itens, que estão sendo destruídos pelo fogo.
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O palácio já foi residência da família real brasileira e abriga o Museu Nacional, que é a instituição científica mais antiga do Brasil (Foto: Reuters/Ricardo Moraes)
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Grande parte do Museu Nacional destruída pelas chamas (Foto: Reprodução/TV Globo)
O presidente Michel Temer enviou nota sobre o incêndio: “Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia de nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos brasileiros”.
O Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse à GloboNews que um contrato de revitalização do Museu Nacional foi assinado em junho, mas não houve tempo para que o projeto pudesse acontecer, e a “tragédia” fosse evitada. Segundo ele, houve “negligência” em períodos anteriores.
De acordo com a assessoria de imprensa da UFRJ, o reitor Roberto Leher, diretores e diversos especialistas do Museu Nacional já estão na Quinta da Boa Vista na noite deste domingo (2), acompanhando o trabalho de combate ao incêndio.
Ao G1, a assessoria afirmou que os especialistas estão auxiliando os bombeiros a identificar a localização dos diversos itens do acervo do museu, mas o fogo ainda não foi contido. A assessoria do reitor afirmou que ele está acompanhando os trabalhos e, por isso, ainda não poderia se pronunciar.
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Foto mostra a tentativa de conter o incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro (Foto: Reuters/Ricardo Moraes)