
Pelé foi ouvido nesta terça-feira (5) na 7ª Vara Federal Criminal, no Rio, como testemunha de defesa de Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do COB. Nuzman é acusado de intermediar a suposta venda de votos para que o Rio sediasse a Olimpíada de 2016. Nuzman nega.
Pelé não é investigado no caso. Ele integrou a comitiva que apresentava o país aos membros do COI e disse ter conhecido Lamine Diack, um dos membros do COI suspeitos de vender o seu voto.
“Lembro que era do Senegal, apaixonado pelo Brasil, pelo futebol, pelo Pelé. Tive oportunidade de conhecer”.
Questionado se soube de alguma “negociata”, o ex-jogador negou. “Pode ter sido em particular, comigo não”, afirmou.
Mas o ex-jogador saiu em defesa de Nuzman e disse que houve muito trabalho para conseguir a vitória do país-sede.
“Às vezes falava que, como eu sou, (da cidade) de Três Corações, ia pegar mais um (coração meu) porque a gente tem que trabalhar junto”. Pelé teria respondido: “Estou contigo e não abro”.
A promessa de Nuzman, diz Pelé, teria sido formar “uma seleção brasileira para trazer esse evento (Olimpíada) para o Brasil”
Bretas se diz honrado de falar com o craque
O juiz Marcelo Bretas, que conduziu a audiência, e advogados de defesa fizeram deferências ao ex-jogador.
“É uma honra falar com o senhor”, diz o juiz ao ex-jogador. “Quero reiterar minha admiração. Como o péssimo jogador que sempre fui, o senhor sempre foi uma referência. Um alvo, quem sabe, que pudesse ser atingido. Um prazer falar com o senhor”
Logo em seguida, um advogado de Nuzman brincou dizendo que não sabia se deveria chamar o Rei Pelé de “Vossa Majestade”.
Perto do fim, Bretas pediu ainda que Pelé ajude a trazer “o caneco” em alusão à Copa do Mundod a Rússia.
Já pro final, a audiência foi encerrada em clima de piada. O oficial de Justiça pede o número do CPF de Edson Arantes do Nascimento. Ele diz que não se lembra o CPF do Edson, só o do Pelé