Criptomoedas ganham protagonismo na guerra entre Ucrânia e Rússia

As transações financeiras envolvendo moedas digitais vêm alcançando níveis sem precedentes e a imprensa internacional classifica esse momento como “a primeira guerra das criptomoedas do mundo”
Com a guerra entre a Ucrânia e a Rússia e as consequências econômicas em decorrência do conflito, as moedas digitais vêm ganhando destaque e se tornaram alternativas para driblar os controles e sanções internacionais. Nos últimos dias, com a continuidade da guerra, a bitcoin disparou, chegando a ser negociada acima de U$ 44 mil (R$ 221 mil) na terça-feira (1º), quando atingiu a maior alta em um ano, de acordo com as cotações internacionais. Desde então, as transações financeiras envolvendo criptomoedas vêm alcançando níveis sem precedentes, de acordo com especialistas ouvidos pela CNN.
Desde que o governo da Ucrânia pediu doações em dinheiro através de uma rede social para ajudar o país, foram recebidos, em uma semana, US$ 54,7 milhões em criptomoedas (R$ 275 milhões), segundo levantamento divulgado pela empresa britânica Elliptic, maior especialista em análise de moedas digitais do mundo.
No lugar dos tradicionais mercados de ouro, commodities e ações, as criptomoedas estão se destacando como os ativos mais procurados. O interesse pelo dinheiro digital chamou tanta atenção nos últimos dez dias a ponto de a imprensa internacional definir o momento como um “boom das bitcoins” e como “a primeira guerra das criptomoedas do mundo”, de acordo com o jornal Washington Post. A agência Bloomberg vem se referindo às criptomoedas como “ouro digital”.
Especialistas ouvidos pela CNN concordam que as negociações envolvendo as moedas digitais atingiram nos últimos dias um cenário nunca visto na história, porém, se por um lado investir em criptomoedas surge como um refúgio, é importante entender que ainda é uma saída arriscada porque não são transações regularizadas e com controles.
“É um momento nunca visto na história. A luz acendeu de tal forma, com volumes negociados muito acima da média, que já chama atenção. O mundo está de olho nas criptomoedas. O futuro da moeda é digital, não necessariamente cripto, mas é certo que as fronteiras entre países tendem a cair”, avaliou o coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira.